O fato, por si só, reforça a já divulgada inação do ministro em cumprir com a sua palavra em relação à regulamentação do Bônus de Eficiência dos Auditores Fiscais, prometida em reunião semelhante no dia 13 de abril desse ano. Quatro meses depois, o ministro simplesmente "sumiu", não "deu as caras", menosprezou a Administração da Receita Federal, talvez com receio de ser inquirido exatamente sobre sua postura.
O que o ministro talvez não saiba é que poderia ter ido tranquilamente à reunião da semana passada já que, conforme informações obtidas, o assunto Bônus nem sequer estava pautado, tampouco foi objeto de questionamento por parte dos superintendentes nem dos subsecretários presentes. Segundo consta, o assunto Bônus surgiu apenas em breve comentário do Auditor-secretário afirmando, fora da pauta da reunião, que tudo estava "caminhando bem, que o ministro continuava empenhado" sem qualquer definição de data. Ou seja: para a Administração da Receita Federal, o "baile da ilha Fiscal" pode continuar, já que palavra de ministro hoje muito pouco está valendo mesmo, e o importante é "fazer de conta" que está tudo bem, e aproveitar os últimos dias do poder vigente.
A Receita Federal, sob esse comando do Ministério da Fazenda e da atual Administração, virou um "paquiderme": arrasta-se numa letargia nunca antes registrada na sua história. Exceto nos gabinetes das superintendências, ou nos gabinetes das Delegacias, não há motivação alguma para qualquer tipo de trabalho, não há nenhuma preocupação com resultados: sobram indignação e revolta por um acordo salarial descumprido e "esquecido" por quem prometeu honrá-lo, caso do ministro Guardia, e por quem o assinou em nome do Governo, Auditor-secretário Jorge Rachid.
Diante de tudo isso, a classe realizará nova Assembleia quinta-feira (23/8), quando vai deliberar sobre o movimento atual e sobre novas ações. Independentemente da deliberação, uma coisa está clara: a Receita Federal não retornará à sua normalidade. O órgão vai continuar com índices em patamares muito abaixo de sua história, mais uma vez em demonstração do estado alarmante do órgão — outrora reconhecido pela sua eficiência e que agora virou uma ilha de ineficiência, conduzido por uma gestão temerária, que beira a irresponsabilidade, tanto da parte do Auditor-secretário da RFB, Jorge Rachid, quanto do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
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