Para Lettieri, a capitalização precisa ser bem discutida, a fim de se evitar o “colapso” desse sistema em um prazo de 30 anos, que pode ser provocado por deficiências estruturais e pela recorrente instabilidade da economia brasileira, muito vulnerável aos movimentos cíclicos da economia. “O sistema de repartição tem se mostrado muito mais sólido em vários países do mundo. Já o de capitalização sofre com os ciclos econômicos, pois isso abala os fundos de pensão e pode afetar os rendimentos das aposentadorias de muitas pessoas”.
Entre os pontos de preocupação elencados por Lettieri, estão também a administração dos fundos de pensão, sujeita ainda a uma frágil regulamentação e a ingerências políticas, e o formato de transição de um modelo para outro, com as naturais perdas na arrecadação previdenciária. Como a base de sustentação do regime atual é um pacto intergeracional - ativos contribuem para pagar os benefícios dos aposentados -, com a mudança de regime os atuais empregados deixariam de aportar recursos ao sistema coletivo para investir em carteiras de capitalização individual, comprometendo ainda mais as contas da Previdência.
Na matéria, Lettieri propõe o estudo de alternativas para sobrevivência do modelo de repartição, como o aumento gradual da idade mínima com o avanço da expectativa de vida e a progressiva elevação da contribuição para compensar o déficit de arrecadação.
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